Monday, May 28, 2012





"Busque Amor novas artes, novo engenho, 
para matar me, e novas esquivanças; 
que não pode tirar me as esperanças, 
que mal me tirará o que eu não tenho.

Olhai de que esperanças me mantenho! 
Vede que perigosas seguranças! 
Que não temo contrastes nem mudanças,
andando em bravo mar, perdido o lenho.

Mas, conquanto não pode haver desgosto
onde esperança falta, lá me esconde 
Amor um mal, que mata e não se vê.

Que dias há que n'alma me tem posto 
um não sei quê, que nasce não sei onde, 
vem não sei como, e dói não sei porquê."


Luís Vaz de Camões

5 comments:

Escritora de Artes said...

Belo poema!

Bjos

said...

lindo lindo

O Profeta said...

Um sótão cheio de lembranças
Escrevi no pó palavras sem nexo
Retirei uma cartola de uma caixa de cartão
E senti ao toque o poder da ilusão

Ilusões…
Um cavalo de pau perdido ao carrocel
Uma estola de um bicho qualquer
Uma escultura talhada a cisel

Uma foto a preto e branco
De uma mulher sem rosto
Uma janela virada para nenhum lado
Uma traquitana a imitar o sol-posto

Bom fim de semana

Mágico beijo

Álvaro Lins said...

Escolha maravilhosa, a de Camões:)!
Parabéns
Bjo

Nilson Barcelli said...

Camões é o poeta nacional em Portugal. A obra mais importnte dele são os Lusíadas, mas escreveu belíssimos sonetos, como este.
Boa escolha poética, portanto.
Michelle, querida amiga, tem um bom fim de semana.
Beijo.