Wednesday, December 24, 2008

Natal


Crônica do Natal
Irmão X / Francisco C. Xavier

Desde a ascensão de Herodes, o Grande, que se fizera rei com o apoio
dos romanos, não se falava na Palestina senão no Salvador que viria,
enfim...
Mais forte que Moisés, mais sábio que Salomão, mais suave que David,
chegaria em suntuoso carro de triunfo para estender sobre a Terra as
leis do Povo Escolhido.
Por isso, judeus prestigiosos, descendentes das doze tribos,
preparavam-lhe oferendas em várias nações do mundo.
Velhas profecias eram lidas e comentadas, na Fenícia e na Síria, na
Etiópia e no Egito.
Dos Confins do Mar Morto às terras de Abilena, tumultuavam notícias
da suspirada reforma...
E mãos hábeis preparavam com devotamento e carinho o advento do
Redentor.
Castiçais de ouro e prata eram burilados em Cesaréia, tapetes
primorosos eram tecidos em Damasco, vasos finos eram importados de
Roma, perfumes raros eram trazidos de remotos rincões da Pérsia...
Negociantes habituados à cobiça cediam verdadeiras fortunas ao Templo
de Jerusalém, após ouvirem as predições dos sacerdotes, e filhos
tostados do deserto vinham de longe trazer ao santuário da raça a
contribuição espontânea com que desejavam formar nas homenagens ao
Celeste Renovador.
Tudo era febre de expectação e ansiedade.
Palácios eram reconstruídos, pomares e vinhas surgiam cuidadosamente
podados, touros e carneiros, cabras e pombos eram tratados com esmero
para o regozijo esperado.
Entretanto, o Emissário Divino desce ao mundo na sombra espessa da
noite.
Das torres e dos montes, hebreus inteligentes recolhem a grata
notícia... Uma estrela rutila no firmamento.
O enviado, porém, elege pequena manjedoura para seu berço de luz.
E porque as vozes do Céu se fazem ouvir, cristalinas e jubilosas,
cantam eles também...
- "Glória a Deus nas alturas, paz na Terra, boa vontade para com os
homens!..."
Ali, na estrebaria singela, estão Ele e o povo...
E o povo com Ele inicia uma nova era...
É por isso que o Natal é a festa da bondade vitoriosa.
Lembrando o rei Divino que desceu da Glória à Manjedoura, reparte com
teu irmão tua alegria e tua esperança, teu pão e tua veste.
Recorda que Ele, em sua divina magnificência, elegeu por primeiros
amigos e benfeitores aqueles que do mundo nada possuíam para dar,
além da pobreza ignorada e singela.
Não importa sejas, por enquanto, terno e generoso para com o próximo
somente um dia.
Pouco a pouco, aprenderás que o espírito do Natal deve reinar conosco
em todas as horas de nossa vida.
Então, serás o irmão abnegado e fiel de todos, porque, em cada manhã,
ouvirás uma voz do Céu a sussurrar-te, sutil:
- Jesus nasceu! Jesus nasceu!...
E o Mestre do Amor terá realmente nascido em teu coração para viver
contigo eternamente.

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